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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

AS 7 IGREJAS SIMBÓLICAS - Sardes, a Igreja dos Reformadores

Início da Reforma Protestante: Martinho Lutero afixa suas 95 teses na igreja de Wittenberg, no dia 31 de outubro de 1572


SARDES, A QUINTA IGREJA-A Igreja da reforma

Em sua carta a Sardes, a quinta igreja simbólica da profecia, Jesus identifica o período da reforma protestante liderada por Martinho Lutero, iniciada no ano de1572, quando aquele padre católico afixou 95 teses nas portas de uma igreja alemã, mostrando ao povo os desvios da verdade praticados pela Igreja de Roma e pelo papa. A venda das indulgências ou o perdão dos pecados em troca de dinheiro foi a causa principal de seu protesto que sacudiu o mundo cristão e abalou os alicerces do poder papal. Esse período também vai até à volta de Jesus.


Texto bíblico

1. Ao anjo da igreja de Sardes escreve: Isto diz Aquele que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras; tens nome de que vives, mas estás morto.
2. Sê vigilante, e confirma o restante que ainda permanece, mas que estava para morrer, porque não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus.
3. Lembra-te, portanto, do que recebeste e ouviste, guarda-o e arrepende-te. Se não vigiares, virei como um ladrão e não saberás a que hora virei sobre ti.
4. Mas existem em Sardes, no entanto, algumas pessoas que não contaminaram as suas vestes e andarão comigo, vestidas de branco, pois são dignas.
5. O vencedor será vestido de vestes brancas e não apagarei o seu nome do livro da vida, mas o confessarei diante de meu Pai e dos seus anjos.
6.  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Erros graves foram introduzidos na fé cristã, ao longo da História. Destacam-se entre eles os da crença na imortalidade natural do homem e sua consciência na morte. Estas doutrinas lançaram o fundamento sobre o qual Roma estabeleceu a invocação dos santos e a adoração da Virgem Maria e alguns que deram origem às indulgências, principal causa do movimento de reforma, depois conhecido por protestantismo. Os principais foram: inferno, purgatório e simonia.  

Inferno e purgatório  - A doutrina do inferno é oriunda das civilizações pagãs e foi desde o princípio incorporada à fé papal. Acreditando que a alma é imortal imaginava-se que os maus e todos os que morressem impenitentes deveriam ter um destino de eterna condenação. Com isso preparou-se o caminho para a introdução de outra invenção do paganismo, a que Roma intitulou purgatório e empregou para amedrontar as multidões crédulas e supersticiosas.

A absurda e satânica heresia do purgatório afirma que este é um lugar de tormento, onde as almas dos que não merecessem condenação eterna deveriam sofrer castigo por seus pecados, e só depois que fossem purificadas pelo fogo é que poderiam ser admitidas no Céu. Esse tempo de purificação apavorava as pessoas crédulas e ignorantes, pois poderia demorar milhares de anos.

Simonia  - É a venda de favores divinos, bênçãos, cargos eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, objetos ungidos, etc. em troca de dinheiro. É o ato de pagar por sacramentos e consequentemente por cargos eclesiásticos ou posições na hierarquia da igreja. A origem da palavra provém de Simão Mago, personagem referido nos Atos dos Apóstolos (8:18-19), que procurou comprar de São Pedro o dom do Espírito Santo  pela imposição das mãos e o poder de reaalizar milagres. 

Indulgências – As indulgências foram uma invenção papal para que a igreja de Roma se aproveitasse da credulidade, da superstição e dos vícios dos seus fiéis. Ela ensinava que o papa, como “representante de Jesus na Terra”, tinha poder para perdoar qualquer tipo de pecado, de qualquer pessoa. E, mais do que isso, a igreja pregava que a compra das indulgências podia apagar todos os pecados cometidos no passado, os presentes, e até mesmo os futuros. Era uma perfeita e completa licença para pecar.

As indulgências foram idealizadas para aumentar as riquezas e o poder da igreja de Roma e ofereciam ainda o livramento de todas as penalidades e castigos decorrentes dos pecados cometidos e podiam ser adquiridas não só por pagamentos em dinheiro – geralmente grandes somas –, mas também pelo alistamento nas guerras promovidas pelo papado, com o objetivo de aumentar o seu poder temporal e para castigar os seus adversários e oponentes e eliminar os dissidentes e todos os que negassem sua autoridade espiritual.

Era ensinado também ao povo que, pelo pagamento em dinheiro à igreja, qualquer pessoa podia não só livrar-se dos próprios pecados, mas tirar parentes e amigos falecidos das chamas do purgatório. Assim, as pessoas crédulas, ignorantes e supersticiosas estavam continuamente sob seu controle, pelo medo das chamas espirituais, quando morressem, e das fogueiras da inquisição papal, mais ameaçadoras e reais.

“Por esses meios Roma abarrotou os cofres e sustentou a magnificência, o luxo e os vícios dos pretensos representantes dAquele que não tinha onde reclinar a cabeça” (Ellen G. White, O Grande Conflito, pag. 59).

A REFORMA PROTESTANTE E A HISTÓRIA

 A igreja tornara-se extremamente rica. Nenhum reino no mundo possuía mais riquezas do que ela. À época das grandes expedições e descobertas marítimas ela era o maior poder no mundo. Maior proprietária de terras, obras de arte, cidades, ouro e prata, a corte papal deslumbrava o mundo com o seu fausto, resplendor e luxo. 


O trono papal tornou-se o cargo mais cobiçado do mundo e o seu ocupante era o homem mais poderoso do planeta, submetendo príncipes, reis e os grandes da Terra. E isso fez com que se formassem partidos que o desejavam, numa disputa sem tréguas. Valia tudo: intrigas, suborno, assassinatos, negociatas. 


“Na mesma época, a religião era apenas um amontoado de ritos e cerimônias, baseada em lendas e superstições que dominavam e oprimiam a mentalidade simples e atrasada do povo. O clero era formado principalmente por leigos de famílias nobres e isto gerava dois graves problemas: o nicolaismo (desregramento moral) e a simonia (comércio de objetos sagrados)”. (Grandes Personagens da História Universal, Ed. Abril, Gregório VII, pag. 239).

“Os membros do clero estão bem distantes de serem homens dedicados a Deus: vivem no luxo, interessam-se mais pelas guerras que pela salvação das almas, vão à caça, têm mulher e muitas vezes concubinas, esbanjam os bens da Igreja em festas ou para os dotes de suas filhas ilegítimas. O sentimento religioso resvala para a superstição e o fanatismo. Não se hesita em tornar difícil a vida dos que têm fama de santo; para não perder as possíveis relíquias, matam-nos antes que mudem de país. A justiça se reduz a provas de faquir (como a do fogo), a ciência mistura-se com a magia” (Idem, idem).

O desregramento moral da Cúria Romana transformara a sede papal num antro explícito de prostituição, promiscuidade e corrupção. A religião era apenas uma tênue capa para encobrir os mais licenciosos atos que já foram testemunhados em qualquer ambiente mundano, tudo sustentado por um sistema de arrecadação que tinha nas indulgências o seu ponto mais forte.

“Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na igreja cristã. Quando cessou a perseguição e entrando o cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela a humilde simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas” (O Grande Conflito, Ellen G. White, pag. 49).

“Para conseguir proveitos e honras humanas, a igreja foi levada a buscar o favor e apoio dos grandes homens da Terra; e, havendo assim rejeitado a Cristo, foi induzida a prestar obediência ao representante de Satanás – o bispo de Roma” (Idem, idem, pag. 50).

“Durante séculos a circulação da Escritura foi proibida. Ao povo era vedado lê-la ou tê-la em casa, e sacerdotes e prelados sem escrúpulos interpretavam-lhe os ensinos de modo a favorecerem suas pretensões. Assim o chefe da igreja veio a ser quase universalmente reconhecido como o vigário de Deus na Terra, dotado de autoridade sobre a igreja e o Estado” (Idem, idem, pag. 51).

“Foi ensinado ao povo que o perdão dos pecados só poderia ser concedido pelo papa e pelos sacerdotes católicos e que o papa era o mediador de Deus na Terra e que ninguém poderia aproximar-se de Deus senão por seu intermédio e que ele deveria ser implicitamente obedecido. O pecado estava disfarçado sob o manto da santidade. E quando as Escrituras são suprimidas e o homem vem a considerar-se supremo, só podemos esperar fraudes, engano e aviltante iniquidade. Perdeu-se de vista o Evangelho, mas multiplicaram-se as formas de religião, e o povo foi sobrecarregado de severas exigências, ritos e superstições, longas peregrinações, atos de penitência, adoração de imagens e relíquias” (Idem, idem, pag. 55).

“Pagamento de grandes somas à igreja, e outros atos semelhantes eram ordenados para aplacar a ira de Deus, ou assegurar o Seu favor, como se Deus fosse idêntico aos homens, encolerizando-Se por ninharias, ou apaziguando-Se com donativos ou atos de penitência”! (Idem, idem, pag. 56).

 “As trevas pareciam tornar-se mais densas. Generalizou-se a adoração das imagens. Acendiam-se velas perante imagens e orações se lhes dirigiam. Prevaleciam os costumes mais absurdos e supersticiosos. O espírito dos homens era a tal ponto dirigido pela superstição que a razão mesma parecia haver perdido o domínio. Enquanto os próprios sacerdotes e bispos eram amantes do prazer, sensuais e corruptos, só se poderia esperar que o povo que os tinha como guias se submergisse na ignorância e vício” (O Grande Conflito, pag. 57).


A REFORMA E O PROTESTO DOS PRÍNCIPES ALEMÃES

Muitos homens tinham se levantado para combater este estado de coisas. A oposição ao clero romano começara alguns séculos antes, mas atingiu o seu clímax no início do século XVI, por meio de um monge católico agostiniano chamado Martinho Lutero. 

Ele era um padre leal e sincero, seguia fielmente todas as orientações, tradições e sacramentos da igreja, mas sentia-se um pecador condenado ao inferno. Todo tipo de penitência e mortificação do corpo que fazia, não traziam alívio à sua alma perturbada, até que descobriu um texto na Bíblia que transformou a sua vida:

“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé (Romanos 1:17).

Ao avançar em suas pesquisas e no estudo das Sagradas Escrituras ele constatou quão distante estava a igreja da verdade do Evangelho de Jesus Cristo. Acreditando que o papa e a cúpula da igreja desconheciam os desmandos e desvios do clero ele se dirigiu a Roma, com o sincero propósito de corrigir os absurdos que se viam por toda parte. Mas a sua viagem tornou-se uma grande decepção.

Na sede da igreja foi onde ele mais encontrou os sinais do vício e da degradação.
Voltando para a Alemanha ele começou a ensinar o que descobria na Bíblia. Sua pregação alcançou o coração do povo, pela simplicidade do Evangelho e pela esperança e conforto que trazia. As igrejas ficavam lotadas e a sua fama aumentava, ultrapassando as fronteira de seu país até chegar a Roma.

Ele começou a se opor à venda das indulgências, que enchiam os cofres da igreja e ajudava a sustentar o seu luxo. Seu argumento era bem simples: se o papa tem o poder de tirar do inferno ou do purgatório as pobres almas condenadas, porque ele não faz isso simplesmente por amor? Por que cobrar para isso? E os pobres, todos os que não podem pagar - a maioria -, ficariam estes discriminados e no prejuízo? Onde ficava o senso da justiça?

Quando João Tetzel, o enviado papal, visitou sua cidade para vender as indulgências ele foi confrontado diretamente e com firmeza pela oposição de Martinho Lutero. Então Roma deflagrou contra ele uma violenta perseguição que não o levou à fogueira unicamente pela proteção dos príncipes alemães, súditos do Imperador do Sacro Império.

Mas de tal forma a crise se acentuou que o imperador cedeu às pressões de Roma e retirou o seu apoio a Lutero, contrariando a vontade dos príncipes alemães, que eram favoráveis ao padre reformador.

O movimento reformista de Lutero culminou quando ele publicou, no dia 31 de outubro de 1517, na porta da igreja do castelo de Wittenberg as 95 teses em que ele protestava contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma do catolicismo romano. Ele foi apoiado inicialmente pelos príncipes alemães e depois por vários religiosos e governantes europeus, provocando uma revolução religiosa, que começou na Alemanha e se estendeu por inúmeros países e regiões da Europa.

O termo protestante originou-se de uma declaração pública de protesto, referindo-se à carta assinada por príncipes luteranos, em protesto contra a decisão da Dieta de Spira, de 1529, que reafirmou o Édito de Worms, de 1521, banindo as 95 teses de Martinho Lutero.
 
A resposta da Igreja Católica Romana ao movimento desencadeado por Lutero e os alemães foi o movimento conhecido como Contra Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento, realizado na cidade de mesmo nome, de 1548 a 1563.

A Reforma Protestante foi uma bênção para o mundo, sacudindo o pesado jugo papal que durante tantos séculos tinha sufocado o mundo, privando-o da liberdade de consciência e ocultando as promessas e verdades da Palavra de Deus.

“Mas Satanás não estava ocioso. Passou a tentar o que havia experimentado em todos os outros movimentos de reforma - enganar e destruir o povo apresentando-lhe uma contrafação em lugar da verdadeira obra. Assim como houve falsos cristos no primeiro século da igreja cristã, surgiram também falsos profetas no século XVI” (O Grande Conflito, pag. 186). 

Irrompeu um movimento de fanatismo religioso que quase desfez o trabalho que Lutero realizara. Pessoas que imaginavam haver recebido revelações especiais do Céu, julgando ser instruídos por anjos e dirigidos pelo próprio Deus conseguiram enganar e arregimentar multidões. Explodiu a violência e a contenda e os resultados foram terríveis.

A partir dessa época começaram a surgir os movimentos que redundaram no surgimento das diversas igrejas que foram se multiplicando em todas as partes e formam o conglomerado de instituições que são hoje conhecidas por igrejas protestantes, ou evangélicas.

Mas parece que a separação dessas igrejas com a igreja de Roma está no fim. São portentosos os sinais de que o papa Francisco, por seu carisma e autoridade, irá novamente reunir, pelos princípios que lhes são comuns, quase todas as instituições que há tanto tempo estão separadas, dissidentes de Roma.

O movimento ecumênico que visa à reconciliação das igrejas protestantes é uma realidade atual e prepara o caminho para a última batalha contra os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus (Apocalipse 14:12).


Personagens da Reforma Protestante:

Martinho Lutero - (1483-1546) “Foi um monge católico Agostiniano e professor de teologia germânico que foi figura central da Reforma Protestante. Ficando contra os conceitos da Igreja Católica contestou veementemente a alegação de que a punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada. Ele confrontou o vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 teses,  em 1517. Sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos V na Dieta de Worms, em 1521 resultou em sua excomunhão pelo Papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Antigo”.

Martinho Lutero, principal líder reformador
“Lutero ensinava que a salvação não se consegue com boas ações, mas é um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça, através da fé em Jesus como único redentor do pecador. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada” (Wikipedia).

Ulrich Zwinglio – (1484 – 1531) Foi um teólogo Suíço e principal líder da Reforma Protestante na Suíça. Independentemente de Martinho Lutero,  que era doctor biblicus, Zwinglio chegou a conclusões semelhantes pelo estudo das escrituras do ponto de vista de um erudito humanista.  Zwínglio não deixou uma igreja organizada,  mas as suas doutrinas influenciaram as confissões calvinistas” (Wikipédia).

“Pregava o abandono de todo ritual. A fé individual deveria ser incentivada sem símbolos. Em 1528, seis dos treze cantões suíços haviam aderido à reforma. Em 1531, os católicos atacaram Zurique. Na luta, Zwinglio foi morto” (Grandes Personagens da História Universal, Ed. Abril, Vol. 3, Lucrécia Bórgia, pag. 119).

Felipe Melancton - (1497-1560) – “Foi um reformador alemão. Colaborador de Lutero, redigiu a ‘Confissão de Augsburgo (1530) e converteu-se no principal líder do luteranismo após a morte de Lutero’. Foi aluno de teologia de Lutero, em 1519, o qual, por sua vez, apesar de 14 anos mais velho, foi seu aluno de grego” (Wikipédia).


João Calvino – (1509 – 1564) “Foi um teólogo cristão francês. Ele teve uma influência muito grande durante a Reforma Protestante, uma influência que continua até hoje. Portanto, a forma de Protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecida por alguns pelo nome Calvinismo. Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz do movimento protestante, pregando em igrejas e acabando por ser reconhecido por muitos como "padre". Vítima das perseguições aos protestantes na França fugiu para Genebra em 1536, onde faleceu em 1564” (Wikipédia).

Pesa contra Calvino a acusação de haver se tornado tão intolerante quanto a igreja de Roma, que ele tanto combateu. Perseguiu e matou opositores e dissidentes, sob a acusação de heresia, como Roma fazia.

Calvino quis estabelecer em Genebra um estado semelhante ao Israel do Antigo Testamento. Todos os cidadãos do estado teriam que aceitar a Reforma protestante e assistir aos cultos. E o Estado estaria ativamente envolvido na obra de estabelecer e manter uma doutrina “verdadeira” e uma vida piedosa. Para aqueles que apoiavam fortemente a Calvino, isto era um sonho feito realidade. 

No entanto, para os que não estavam de acordo com Calvino nem com suas reformas, este foi um reino de terror. Para manter a disciplina sobre a população, os reformistas de Genebra criaram uma corporação conhecido como consistório. Este era composto por todos os pastores da cidade, junto com doze presbíteros. Os cidadãos que se opusessem à doutrina de Calvino ou que não assistissem aos cultos da Igreja eram citados perante o consistório para que fossem disciplinados. Os critérios desses julgamentos eram semelhantes à inquisição papal, sem direito de defesa.

Sob a doutrina calvinista da predestinação, não importa se uma pessoa vive os ensinos de Jesus ou não. Pois absolutamente nada do que a pessoa fizer pode afetar o destino que Deus já determinou para ele. Este é um ensino totalmente contrário ao caráter de Deus, à Sua justiça e aos fundamentos das Sagradas Escrituras.

Igualmente anticristãos são os ensinos que ele defendeu ferozmente, como a imortalidade da alma, a existência de um lugar de tormento eterno e a guarda do domingo pagão.
Esse “reformador” parece não pertencer ao rol daqueles que Deus identifica em Suas cartas como “os anjos da igreja”. 

Thomas Münzer -  (1490 – 1525) – “Foi um dos primeiros teólogos alemães da era da Reforma, e se tornou um líder rebelde durante a Guerra dos Camponeses. Müntzer virou-se contra Lutero com vários escritos contra Ele. Na Batalha de Frankenhausen, Müntzer e seus seguidores foram derrotados. Ele foi capturado, torturado e decapitado” (Wikipedia).

“Tomaz Münzer, o mais ativo dos fanáticos, era homem de considerável habilidade, que, corretamente dirigida, o teria capacitado a fazer o bem; mas ele não aprendera os rudimentos da verdadeira religião. ‘Possuía-o o desejo de reformar o mundo e esquecia-se, como o fazem todos os entusiastas, de que a reforma deveria começar consigo mesmo. ’ – D’Aubigné. Ambicionava obter posição e influência, e não estava disposto a ficar em segundo lugar, mesmo em relação a Lutero. Declarava que os reformadores, substituindo pela autoridade das Escrituras a do papa, estavam apenas estabelecendo uma forma diversa de papado. Ele próprio pretendia haver sido divinamente incumbido de introduzir a verdadeira reforma” (Ellen G. White, O grande Conflito, pag. 191).

RECORDANDO O TEXTO DA CARTA: 


- 1. Tens nome de que vives, mas estás morto

Refere-se primariamente àqueles que se separaram da igreja de Roma, pelo movimento chamado de Reforma Protestante. Os remanescentes desse movimento, hoje chamados crentes, protestantes, neopentecostais, e evangélicos, se distinguem de outro grupo cristão, os católicos. Entretanto muito pouca diferença se nota entre uns e outros. Aqueles não aceitam e nem cultuam imagens de escultura, como estes, mas permanecem com erros doutrinários que conservaram ao sair da Jezabel católica.

Acreditam, também, num inferno satânico e numa alma imortal que, se condenada, irá imortalizar o pecado; guardam, como os católicos, um dia que não é o dia do Senhor. Realmente, têm nome de vivos, mas estão espiritualmente mortos. Ainda assim, os que sinceramente amam ao Senhor fazem parte do seu povo que está em Babilônia, aguardando o chamado: - Saí dela, povo meu!

Comem do seu próprio pão, em vez do pão que desceu do Céu; vestem seus próprios vestidos da justiça própria, em lugar da justiça de Cristo. Satisfazem-se, no entanto, em serem chamados pelo nome de cristãos, como se isso pudesse tirar o seu pecado (Isaías 4:1).

- 2. Convite à vigilância e confirmação dos “restantes que estavam para morrer

Esse convite mostra que todos poderão ser salvos e o serão, se aceitarem o convite para sair de Babilônia, a confederação espiritual liderada por Roma, a mãe de todas as abominações.

- 3. As suas obras não foram achadas perfeitas diante de Deus  

Tanto no passado, quanto no presente essas obras deixam a desejar. No passado, tornaram-se tão intolerantes quanto Roma, de onde saíram. No presente, são insensíveis e participantes de um culto insípido e formal. A resposta que derem ao chamado para deixar Babilônia decidirá o seu futuro.

- 4. Advertência para lembrar-se do que recebeu e ouviu  

Devem guardar o seu depósito e arrepender-se de sua impenitência e obstinada rejeição em guardar os mandamentos de Deus. 

- 5. Advertência para que o dia do Senhor não os surpreenda como o ladrão  

Muitos serão surpreendidos e não estarão preparados quando chamados ao juízo. Esta solene advertência sinaliza para o fato de que fazem parte do povo que estará vivo na última geração, de um lado ou de outro, no final do grande conflito entre o bem e o mal.

- 6. Muitos, entretanto, não contaminaram as suas vestes

Afirmação que mostra multidões de servos de Deus nas fileiras protestantes, que não estão contaminadas com o juízo do ímpio, ou a justiça própria. São os crentes sinceros que estão em Babilônia e, mesmo não guardando todos os mandamentos de Deus e os Seus princípios eternos, não o fazem por não tê-los discernido, conscientemente. A estes é dirigida a promessa da vitória.

O período de Sardes teve início no ano de 1572 e continua até à volta de Jesus. A advertência para que não sejam surpreendidos é uma prova indiscutível de que terão protagonismo nos últimos dias da História. O “dia do Senhor em que Ele virá como ladrão” está no futuro. Fazem parte dos 3 grupos de pessoas que representam as 3 igrejas simbólicas que viverão os dias finais.

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